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A história do cânhamo

Devido a sua versatilidade, por toda a história o cânhamo tem sido usado de formas diferentes por comunidades ao redor do mundo. O cultivo da planta era muito difundido na China pós-neolítica, sendo historicamente o país com a maior produção de cânhamo. Seus habitantes o utilizavam para fabricar produtos como cordas, tecidos e papel.

Com o passar do tempo, o uso do cânhamo se tornou cada vez mais comum por todo o globo. Sabe-se que os Citas, um povo antigo que vivia na região onde hoje é o Irã, deixavam cânhamo nos túmulos dos mortos como um tributo. As cordas feitas de cânhamo surgiram nos barcos da Grécia por volta do ano 200 a.C. Esta mesma corda passou a ser importada pela Inglaterra em aproximadamente 100 d.C. através dos romanos. Porém, no final do século XV, quando o Reino Unido passou a expandir sua potência naval, um de seus maiores desafios foi garantir a disponibilidade de cânhamo para equipar seus navios, um problema constante para o império britânico.

Na Espanha, o cânhamo ocupou um lugar importante entre os cultivos tradicionais da Península Ibérica e perdurou por vários séculos, difundido pelos árabes há mais de 1000 anos. Durante o ano de 1150, os muçulmanos construíram os primeiros moinhos de fiação de cânhamo na cidade de Játiva, província de Alicante. Tempos depois foram construídos outros em Valencia e Toledo.

No século XV, os barcos que Cristóvão Colombo usou para chegar no continente americano transportaram 80 toneladas de cânhamo, entre cordas, redes, velas e outros utensílios navais. Isto se deve ao fato de que, na Espanha, ao longo de muitos anos, a tecnologia naval dependia da planta por sua grande resistência.

A proteção do cânhamo cultivado nas regiões de Veigas de Granada e del Segura para consolidar a produção nacional foi restabelecida em 1927 pelo general Primo de Rivera. Na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) o cânhamo viveu seus dias de glória.

Fibras de cânhamo na fabricação de cordas

Apesar da elevação do status da planta na Espanha, nos Estados Unidos a história era diferente. Em 1925, instituições públicas manipularam o jornalismo e a sociedade descrevendo a maconha como um problema social, afirmando que existiam vínculos entre o consumo de canabis e comportamentos antissociais, loucura e violência. Outros países passaram a promulgar leis anti-canabis a partir de 1914 e, em 1937, o governo federal dos Estados Unidos consumou a ação de tornar ilegal toda posse de canabis, não fazendo qualquer distinção entre maconha e cânhamo.

No Brasil, a primeira lei de controle de drogas foi decretada em 1921. Ela incluía a penalização do comércio de cocaína, ópio e seus derivados, porém a canabis não estava incluída nessa lista. Em 1932 incluiu-se a Cannabis indica, proibindo seu cultivo, importação, exportação, venda, troca, doação, exposição ou posse sem licença especial da vigilância sanitária, porém nada disso caracterizava crime de fato. Já em 25 de novembro de 1938, o Ato Fiscal da Maconha proibiu também a Cannabis sativa, exceto para uso como medicamento. Em 1940 o Código Penal criminalizou o tráfico e finalmente, em 4 de novembro de 1964, no início da ditadura militar, a simples posse de canabis em qualquer forma passou a ser crime no país.

Proibição mundial da Cannabis

A proibição mundial aconteceu depois que as ONU aceitou adotar a “Convenção Única sobre Entorpecentes” em 1961. O acordo exigia a proibição do cultivo e consumo de canabis para qualquer fim, desde médico a científico, insistindo que a posse era um delito punível. Esta convenção foi adotada por todos os membros das Nações Unidas, tornando a canabis ilegal na maior parte do mundo.

O México passou por um período longo considerando que o cânhamo e a maconha eram a mesma coisa, ignorando todas as características que diferem as duas plantas. Somente agora, nesse ano, graças ao trabalho de ativistas dedicados que as autoridades mexicanas começaram a distinguir entre estas variedades. Apesar de lentamente, o Brasil segue o mesmo rumo, constantemente reavaliando o status da planta e atualizando as políticas públicas conforme o clamor da sociedade. Seguimos em frente, avançando rumo à revitalização desta planta versátil e sustentável!

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