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Alimentos podem melhorar a absorção de canabinoides?

Uma dúvida frequente em muitos pacientes e familiares que utilizam o canabidiol em algum tipo de tratamento diariamente diz respeito à melhor forma de ingerir os produtos derivados da Cannabis para uma melhor e mais rápida absorção dos canabinoides.

A resposta pode ser encontrada no funcionamento da nossa digestão, mas é importante, primeiro, entendermos a chamada biodisponibilidade, que é “o grau e taxa pela qual uma substância é absorvida por um sistema vivo ou se torna disponível no local da atividade fisiológica”. A biodisponibilidade descreve a quantidade de ingredientes ativos – como o canabidiol (CBD) – que são absorvidos pelo corpo.

A ingestão por via oral, onde os ingredientes são absorvidos após passar pelo trato gastrointestinal ao invés da mucosa sublingual, pode diminuir sua biodisponibilidade. Isso se deve, pois, ao passar pelo sistema digestivo, o CBD é carregado através da veia porta hepática para o fígado, onde acontece o chamado metabolismo de primeira passagem, que transforma parte do CBD em seus metabólitos.

Principal responsável pela baixa biodisponibilidade oral do canabidiol, o metabolismo de primeira passagem é causado pela ação de enzimas do sistema digestivo antes do CBD alcançar o sistema circulatório e ser distribuído pelo corpo. Os canabinoides sofrem os efeitos de enzimas no fígado chamadas de CYP450, produzindo mais de 100 metabólitos diferentes, dos quais vários são inativos e, portanto, não produzem efeito terapêutico.

A boa notícia é que existem formas de melhorar a biodisponibilidade do canabidiol por via oral. Uma delas é administrá-lo junto com triglicerídeos de cadeia longa e média.

Um estudo recente sugere que a coadministração de CBD com estes ácidos graxos pode evitar boa parte do metabolismo de primeira passagem. Opções mais recomendadas são os óleos de coco e de palma.

Uma outra pesquisa, realizada nos Estados Unidos, também investigou a diferença de absorção do canabidiol via oral, em adultos com epilepsia refratária, acompanhado de alimentos gordurosos e com pacientes em jejum. A maior quantidade de CBD registrada no sangue dos participantes analisados em jejum foi 14 vezes menor do que aqueles que tomaram com alimentos ricos em gordura. Veja mais detalhes aqui.

Outra forma de aumentar a biodisponibilidade é consumir produtos desenvolvidos especificamente para absorção sublingual, deixando-os embaixo da língua. Produtos ingeridos desta forma, agem mais rápido e são melhor absorvidos pois trata-se de uma região altamente vascularizada, enviando o CBD diretamente para a circulação sistêmica. No entanto, após manter o óleo na boca por cerca de 90 segundos, ele deve ser engolido, o que significa que parte dele cai no sistema digestivo e passa por todo o processo de metabolismo citado anteriormente.

Um estudo com um produto à base de canabinoides administrado de forma sublingual demonstrou efeitos positivos de uma boa alimentação antes de tomar o medicamento. Os resultados deste estudo mostram que a biodisponibilidade do CBD é até quatro vezes maior quando administrado após uma refeição. Porém, também foi descoberto que alimentos podem atrasar o pico de sua concentração no sangue por cerca de duas horas.

Confira sempre com seu médico especialista sobre a melhor forma de administrar os produtos prescritos. Ele é a pessoa que melhor pode te orientar.

Saiba mais sobre a atuação do Canabidiol (CBD) e de outros canabinoides neste link e descubra aqui o que é e pra que serve o sistema Endocanabinoide.