Como são extraídos os óleos da Cannabis com fins medicinais?
6 de dezembro de 2021 | publicado em
É cada vez maior o número de possibilidades terapêuticas através da Cannabis com fins medicinais. Pacientes de diversas patologias já utilizam os óleos extraídos da planta como auxílio aos tratamentos. Além do fundamental acompanhamento médico especializado, é importante conhecer como os produtos são produzidos. Você sabe como os extratos com os canabinoides são retirados das plantas? Vamos explicar no texto dessa semana.
Alguns detalhes na preparação e produção do óleo de Cannabis para fins medicinais fazem toda a diferença na qualidade e segurança do produto. Cuidados desde a plantação, colheita, extração, manejo, transporte final até a casa do paciente, são diferenciais que garantem a melhor matéria-prima e o melhor produto para quem busca o tratamento com produtos com base na medicina canabinoide.
Plantas de Cannabis crescem com relativa facilidade e aproveitam muito bem os nutrientes ao seu redor, mas também são ótimas bioacumuladoras de metais pesados e outras substâncias com potencial risco à saúde. É imprescindível ter um controle de qualidade adequado, evitando que estes contaminantes acabem dentro do produto final, especialmente quando se trata de uma pessoa que já está fazendo um tratamento de saúde.
Um cafezinho: uma extração
Para explicar como se dá o processo para extrair o óleo feito a partir das flores da Cannabis, parte da planta que possui alta concentração de canabinoides (CBD, THC, CBG, CBN…) e outros compostos bioativos, Gabriel Barbosa, Supervisor de P&D e Assuntos Regulatórios na HempMeds, explica que podemos comparar – com muita cautela – com o ato de passar um café pelo coador tradicional.
“Para o preparo do café de todas as manhãs, o solvente utilizado é em alta temperatura: ao entrar em contato por certo tempo com o grão moído, desprende uma série de substâncias do café e as carrega diluídas em si diretamente para a jarra. O resultado é um líquido escuro com aquele cheiro peculiar, no qual se destaca a presença não apenas da cafeína, mas também de outras substâncias de interesse, como terpenos, compostos fenólicos e alguns nutrientes. No entanto, para a extração apropriada de determinadas substâncias e matérias primas, diferentes solventes devem ser usados. Na preparação dos produtos derivados da Cannabis utilizados na medicina, os solventes mais utilizados são o etanol ou o CO2 supercrítico, que é quando o gás carbônico adquire características como as de um solvente líquido mediante condições extremas de temperatura e pressão”, explicou Gabriel.
Após o processo de extração, os extratos brutos obtidos serão ricos em canabinoides, terpenos, flavonoides e outros componentes. O fabricante escolhe se utilizará o extrato bruto contendo todo este fitocomplexo (comumente chamado de full spectrum) ou processá-lo de diferentes maneiras para obter uma composição específica ou um canabinoide de interesse purificado. Continuando a analogia, assim como é possível ingerir a cafeína junto com várias outras substâncias através do café fresco, também é possível comprar pílulas somente com cafeína. O mesmo acontece com os produtos a base de canabinoides, que podem conter todas as substâncias ou apenas uma delas, como também é comum ver com o canabidiol isolado.
É muito importante ficar atento ao modo como os extratos são obtidos pois também é possível utilizar solventes tóxicos que, se não forem bem eliminados após a extração, podem representar risco. A HempMeds utiliza a extração por CO2 supercrítico para assegurar a qualidade de seus produtos. Além disso, as plantações são cultivadas sem agrotóxicos ou fertilizantes químicos, e possui um rígido controle de qualidade que garante a integridade e pureza dos produtos.
A indicação de cada tipo de produto cabe ao médico prescritor que vai entender e acompanhar cada caso específico e fazer as aplicações que julgar possíveis.
Níveis de canabinoides variam de acordo com as variedades da planta
As plantas da espécie Cannabis sativa possuem diferentes subespécies e variedades, e em cada uma delas é possível encontrar maiores ou menores concentrações de determinados canabinoides, como CBD ou THC. Não é possível saber qual canabinoide predomina apenas por características visuais. É preciso uma análise química dos constituintes da planta, e essa composição determinará quais serão as principais substâncias presentes em cada extrato, dando origem aos mais diferentes tipos de produtos.
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