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Estudo descobre porque a canabis alivia problemas intestinais e possivelmente outras inflamações

Matéria originalmente publicada por Kat Eschner para a revista Popular Science, na segunda-feira, 13 de Agosto de 2018, com tradução livre, a seguir.


Muitas pessoas com DDI (Doença Inflamatória Intestinal) dizem que a canabis diminui seus sintomas, mas ninguém nunca soube dizer o porquê – até agora.

Seu intestino é um “país de maravilhas” onde centenas de espécies se alimentam, reproduzem e excretam resíduos. De alguma forma seu intestino prospera neste zoológico de micróbios, na maioria das vezes. Em alguns casos, as coisas não funcionam assim tão bem: seu intestino começa a atacar a si próprio em uma resposta autoimune que é prejudicial tanto para os micróbios quanto para o hospedeiro, nosso corpo, no caso.

As pessoas com esta condição, conhecida por “doenças inflamatórias intestinais”, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa, enfrentam um problema crônico. As opções de tratamento comuns são acompanhadas de diversos efeitos colaterais e requerem ajustes constantes para continuarem eficazes. Alguns desses pacientes passaram a usar canabis como tratamento, porém, até hoje, seu mecanismo de ação permanecia um mistério. Um novo estudo da Universidade de Massachusetts e da Universidade de Bath é o primeiro a demonstrar o processo físico pelo qual a canabis afeta as DDI, abrindo a possibilidade de se criar novas drogas para o tratamento destas doenças crônicas.

Embora vários pacientes de DDI já utilizem produtos à base de canabis para tratar suas enfermidades e o fenômeno tem sido tema de algumas pesquisas médicas, ninguém sabia exatamente como os compostos ativos da canabis (conhecidos por canabinoides) ofereciam efeitos anti-inflamatórios em vísceras irritadas antes deste estudo. Ironicamente, no entanto, os pesquisadores não estavam nem sequer buscando essa resposta específica – eles descobriram por acidente ao tentar entender como o intestino regula a si mesmo.

No intestino existe uma fina camada de células epiteliais que servem de mediadoras entre nossos corpos e a flora intestinal que ali vive. Beth McCormick da Universidade de Massachusetts tem estudado o papel destas células na regulação do microbioma intestinal por mais de uma década. O ponto de partida para esta pesquisa atual foi sua descoberta anterior de um caminho químico pelo qual as células epiteliais ajudam neutrófilos – um tipo de glóbulo branco – a atravessar o intestino e se alimentar de parte desses micróbios. Mas isso era claramente apenas parte da resposta. Para estabelecer um equilíbrio, algo mais deveria impedir que um número excessivo de neutrófilos entrassem no intestino e matassem “micróbios pacíficos”, até mesmo atacando o próprio órgão, culminando em uma DII.

A resposta reportada em um novo estudo que saiu nesta segunda-feira no Journal of Clinical Investigation é um caminho diferente, também nas células epiteliais localizadas na parede do intestino. Este caminho químico produz substâncias que evitam que neutrófilos entrem no intestino através das células epiteliais. Estas substâncias, pelo menos no caso dos ratos estudados, são conhecidas por endocanabinoides. Estas substâncias gordurosas ligam-se aos mesmos receptores químicos que os os canabinoides encontrados na canabis. Os pacientes que não possuíam esse caminho secundário “apresentaram uma maior probabilidade de desenvolver colite ulcerativa”, conta McCormick.

Embora a pesquisa atual tenha sido feita com ratos, provavelmente ela aponta para um resultado semelhante em humanos. Ela ajudaria a explicar porque os canabinoides parecem oferecer alívio para pessoas com DII, uma vez que eles desempenham basicamente as mesmas funções regulatórias dos endocanabinoides, caso o organismo estivesse produzindo-os normalmente por conta própria. Mais pesquisas são necessárias, porém, McCormick diz que esta descoberta abre a possibilidade de se criar novos tratamentos que funcionem neste novo caminho – incluindo, quem sabe, agentes terapêuticos extraídos da canabis.

E isso não é tudo, diz Richard Peek, gastroenterologista da Universidade de Vanderbilt, que não estava envolvido nesse novo estudo. As descobertas de McCormick “pode não se limitar ao intestino”, diz Peek. “As células epiteliais são encontradas na superfície de órgãos por todo o corpo, então este mecanismo de ação também pode existir em outros sistemas. Isso mudaria como entendemos as respostas imunológicas em outras partes do organismo”, conclui Peek.

Esta é uma ótima notícia para mais de 1,6 milhões de americanos diagnosticados hoje com algum tipo de DII. Visto o quão comum tem sido o tratamento de DII com canabis, fica a questão de por que os pesquisadores não investigaram esse mecanismo de ação no intestino antes. Isso se deve, pelo menos em parte, à tendência de se politizar pesquisas com canabis, conforme Peek. Ele acredita que esta descoberta pode abrir novas possibilidades para a legalização da canabis medicinal. Para McCormick, a “abordagem imparcial” do estudo foi fundamental para a descoberta: eles não estavam tentando explicar o mecanismo de ação da canabis, eles simplesmente descobriram por acaso. “Às vezes, como se diz neste campo de estudo, o esquilo cego é o que encontra a castanha”, conclui.

Fonte: Popular Science


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