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Estudo mostra eficácia do uso do CBD em pacientes pediátricos com epilepsia refratária

Neste texto abordaremos um estudo realizado no México que avaliou a eficácia e a tolerabilidade do uso de CBD como adjuvante no tratamento de pacientes pediátricos com epilepsia refratária (não totalmente controladas), durante um período de até 12 meses.

Um total de 37 pacientes foram acompanhados por no mínimo  3 meses, por quadros de epilepsia de causas e formas diversas, sendo a síndrome de Lennox-Gastaut e a Síndrome de West as mais frequentes no estudo.

O produto de Cannabis utilizado no tratamento foi o RSHO-X da HempMeds, solução oral composta de 5000 mg de Canabidiol isolado em um frasco de 236 mL (21,2 mg/mL). A dose inicial foi de 1 a 2 mg/kg/dia divididos em 2 administrações diárias, sendo aumentada semanalmente até atingir uma redução significativa do número de convulsões ou em caso da ocorrência de efeitos adversos. A dosagem máxima atingida foi de 11.8 mg/kg/dia, com uma média de 4.35 mg/kg/dia nos primeiros 3 meses de tratamento.

O objetivo principal avaliado quanto à eficácia foi a mudança na frequência mensal de convulsões até o final do período de tratamento. A tolerabilidade foi avaliada baseada no registro de efeitos adversos.

RESULTADOS

Os autores relatam a  diminuição no número de convulsões em 81,3% dos casos, sendo que:

  • 1 paciente (2,7%) ficou completamente livre de convulsões;
  • 10 pacientes (29,7%) tiveram redução entre 80-100%;
  • 13 pacientes (67,5%) tiveram redução entre 50-80%;
  • 7 pacientes (32,4%) tiveram redução de 50% ou inferior;
  • 2 pacientes (2,7%) tiveram aumento no número de crises;
  • 3 pacientes abandonaram o estudo por conta de efeitos colaterais.

Com relação à tolerabilidade, 11 pacientes dos 37 apresentaram efeitos adversos leves a moderados. Os efeitos mais observados foram insônia (3 pacientes), ansiedade (3), diminuição do apetite (3), diarreia (2), aumento de apetite (2), irritabilidade (1), sonolência (1).

Importante ressaltar outro dado muito significativo, a diminuição do uso de outras drogas antiepilépticas com uso concomitante, que inicialmente foi em  média de 4,7 medicamentos diferentes, sendo reduzida para 2,7 medicamentos, o que representa uma grande vantagem em termos de efeitos adversos e o custo total associado ao tratamento, e impacta diretamente no bem estar e segurança do paciente.