A NBC news dos Estados Unidos publicou recententemente um artigo sobre um estudo feito pelo The New England Journal of Medicine que destaca o grande e benéfico efeito terapêutico do uso de CBD em pacientes com diferentes tipos de epilepsias refratárias. Segundo as pesquisas, a terapia com canabidiol diminuiu em cerca de 40% a frequência de convulsões em alguns casos graves, e em 3 pacientes, a administração de CBD extinguiu completamente as convulsões.
A reportagem destaca ainda que esse tipo de pesquisa é um sucesso raro em um campo com mais esperanças do que resultados – em que os defensores clamam por ter a canabis e compostos retirados da erva legalizados para uso gratuito nos EUA, enquanto as regras governamentais limitam seu uso e os pesquisadores se esforçam diariamente para provar o quanto o CBD pode ajudar as famílias que lidam diariamente com frequências altas de convulsões e outros sintomas que o CBD tem demonstrado tratar.
Neste estudo participaram crianças com síndrome de Dravet, uma forma de epilepsia muito rara e frequentemente mortal, causada por uma mutação genética. Essas crianças têm convulsões múltiplas e prolongadas que causam danos cerebrais. Ainda não há tratamento eficaz para esse tipo de quadro clínico.
“É difícil retratar o quão sério e devastador é isso”, disse o Dr. Orrin Devinsky, diretor do Centro de Epilepsia Compreensiva da Universidade de Nova York.
Devinsky e colegas em todo o país testaram um derivado de canabis chamado canabidiol ou CBD em 120 pacientes com síndrome de Dravet. Metade dos pacientes tomou CBD por 14 semanas e a outra metade tomou um placebo.
“A frequência de convulsões caiu no grupo tratado com canabidiol em quase 40%, passando de quase 12 convulsões por mês para cerca de 6, e em 3 pacientes as convulsões pararam completamente”, escreveu a equipe no New England Journal of Medicine. No grupo placebo, houve uma redução de 13% em convulsões, de cerca de 15 mensais para 14. Acrescentaram e, muito notavelmente, que “5% das crianças no grupo de tratamento ativo com CBD estavam completamente livres das convulsões durante as 14 semanas do estudo”, disse Devinsky. “E estas eram crianças que costumavam ter dezenas de convulsões, se não mais, por semana”.
Algumas das crianças que receberam o CBD nesse estudo foram descontinuadas devido a alguns efeitos colaterais geralmente moderados, com os mais comuns sendo vômitos, fadiga e febre”, escreveu Devinsky. Entretanto, os que foram ajudados, tiveram suas vidas transformadas.
“Não há dúvidas que para algumas das crianças que participaram do estudo, o CBD é um medicamento incrivelmente eficaz e que muda a vida delas”. Ele continua dizendo: “Estas são algumas das crianças que eu me importo, que estavam em cadeiras de rodas, que mal abriam os olhos e realmente não mostravam qualquer tipo de emoção e agora entram em meu consultório, estão andando, sorrindo, ou seja, agora elas interagem. É como ter um ser humano diferente à sua frente”.
“Não considero muito adequado chamar o CBD de maconha medicinal pois o CBD (canabidiol) é o principal composto não-psicoativo presente na canabis”, afirma Devinsky. “Neste estudo, nós estávamos utilizando o CBD puro sem quaisquer propriedades psicoativas”, conclui.
Para saber mais sobre estudos como este visite nossa página de pesquisas com canabinoides. Lá você encontra uma série de artigos em português e outros originais, em inglês, sobre condições clínicas que podem ser tratadas com derivados da canabis.