Há inúmeras campanhas de conscientização sobre síndromes e patologias chamando nossa atenção das mais diversas formas. Será que de fato elas fazem alguma diferença?
Há exatos 16 anos atrás, em um pub de Melbourne, dois jovens estavam conversando sobre as tendências de moda quando decidiram que o bigode merecia um retorno e convenceram 30 amigos a deixar crescer um “moustache” como um símbolo para mobilizar pessoas para caridade, cada um que aderisse doaria dez dólares.
Naquele primeiro novembro de 2003, a adesão foi baixa, porém continuaram com a ação e, no ano seguinte, levantaram US$ 54 mil para a Fundação do Câncer de Próstata da Austrália.
A brincadeira funcionou e o Movember, como ficou conhecido o movimento, gerou mais de US$ 120 milhões em todo o mundo. Centenas de milhares de homens aderiram à brincadeira do bigode e começaram a falar sobre doenças que muitas vezes têm vergonha de discutir.
Alguns exemplos:
No Reino Unido, pesquisadores das Universidades de Glasgow, Strathclyde e Dundee receberam da Movember britânica mais de £ 690 mil em 2013 para que realizassem pesquisas sobre o câncer de próstata. O governo escocês igualou o financiamento.
Na Austrália, a Movember financiou um programa piloto para enfermeiros especialistas em câncer no valor de AU$ 3,6 milhões.
O Prostate Cancer UK recebeu nos últimos anos mais de £ 15 milhões da Movember e divide essas doações entre pesquisas e serviços de apoio comunitário.
Outras ações
Nos últimos 20 anos, apenas a campanha “Outubro Rosa”, cor-símbolo internacional para conscientização do câncer de mama, possui impacto semelhante na captação de recursos para o câncer.
Essa campanha se inspirou na fita vermelha, adotada em 1992 para conscientização sobre a Aids. Valioso exemplo do que se pode alcançar com um símbolo e uma mensagem poderosa.
No Brasil, os números são extremamente relevantes. Nos seus mais de 20 anos de existência, a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda arrecadou mais de R$ 60 milhões com a venda de milhares de produtos licenciados, como camisetas, bonés, etc. A arrecadação é revertida em investidas do Instituto Brasileiro de Controle de Câncer (IBCC) em variadas necessidades: instalações, qualificação de profissionais, pesquisas, etc. São centenas de empresas e artistas voluntários que fazem a diferença ano a ano quanto à conscientização do câncer de mama.
Se pode afirmar que mundialmente as campanhas surtem efeito extremamente positivo. As verbas arrecadadas pelos mais diversos movimentos resultam em pesquisas que melhoram as opções de tratamento, bem como o awareness gerado pelas campanhas também conscientiza e mobiliza a sociedade. Consequentemente, os diagnósticos tendem a acontecer mais rápido, e as taxas de sobrevivência ao câncer aumentam.
O desafio destes movimentos é perpassar o mês que as pessoas abraçam tais campanhas para continuar dando aos cientistas e entidades recursos que resultem em inovações terapêuticas e cada vez mais pesquisas.
Já aderi ao Moustache de novembro! Vamos juntos?
Escrito por Matheus Patelli, Gerente de Marketing HempMeds Brasil.
Obs.: Ao longo deste mês, aprofundaremos tecnicamente no que tange ao câncer de próstata e aplicações dos canabinoides como opção de tratamento.