Com frequência nos perguntam por que importamos cânhamo ao invés de obtê-lo diretamente nos EUA, onde fabricamos o RSHO™. Esta é uma questão delicada e estamos sempre reavaliando as possibilidades. Há uma série de fatores que nos tem levado ao cultivo na Europa, incluindo a legalidade da planta no continente e a experiência dos agricultores locais.
Status legal do cânhamo nos Estados Unidos
A situação do cânhamo nos Estados Unidos tem sido complicada desde que o país deu início a guerras às drogas, no início do século XX. Frequentemente, esta planta incrivelmente útil é negativamente associada ao uso recreativo da Cannabis com altas concentrações de THC, o composto psicoativo da planta, causando uma miríade de leis e regras que controlam o cultivo, processamento e venda do cânhamo.
Antes da proibição atingir proporções mundiais, várias empresas farmacêuticas comercializavam tinturas, pílulas e extratos à base de cannabis, utilizados como analgésicos, anti-inflamatórios, antiespasmódicos, hipnóticos, entre diversas outras recomendações médicas. Naquela época, THC e CBD não eram conhecidos e o mecanismo de ação dos produtos estava longe de ser elucidado, mas sua eficácia já estava comprovada em mais de 100 publicações sobre o tema. Uma forte propaganda proibicionista foi feita proferindo mentiras sobre o uso da planta para colocar medo na população, como no filme Reefer Madness (1936), e através de leis como a Marihuana Tax Act (1937). Essas medidas restringiram fortemente o acesso a todas as formas de uso da planta e levaram à subsequente exclusão da Cannabis sativa da farmacopeia estadunidense e à proibição em nível mundial. Como na legislação não havia distinção entre o que era considerado cânhamo industrial e o produto usado com fins recreativos, ambos se tornaram ilegais.
Desde então, várias ações foram movidas em favor e contra o plantio no país para seus mais diversos fins. Mas, enquanto os Estados Unidos travavam uma verdadeira guerra contra a Cannabis, vários países da Europa e da Ásia permitiam plantações enormes para fins industriais. Essa situação só começou a mudar, de fato, quando foi aprovado o Agriculture Act of 2014, que traz, na sessão 7606, a legitimação do cânhamo industrial pra fins de pesquisa, além da distinção entre “marijuana” e “cânhamo”, descrito como a planta da Cannabis sativa L. ou qualquer parte da planta contendo uma concentração de THC menor do que 0,3% em peso seco. Dessa forma, o termo “marijuana” passaria a descrever qualquer variedade de Cannabis contendo mais do que 0,3% de THC em peso seco. Naquele momento, apenas instituições de ensino superior ou departamentos agrícolas governamentais foram autorizados a cultivar cânhamo para conduzir pesquisas científicas e programas piloto. Embora vários estados tenham aderido a estes programas, o cânhamo cultivado não podia ser utilizado comercialmente.
A situação avançou mais um pouco no final do ano passado, com o Agriculture Improvement Act of 2018 que, de certa forma, “confirmou” a legalização do cânhamo. Também conhecido como Farm Bill de 2018, esta lei não só ampliou o acesso ao cânhamo, mas também ofereceu ferramentas de proteção ao produtor, já descritas no Federal Crop Insurance Act de 1980, para os casos em que há perda inesperada da produção em razão de eventos como incêndios florestais e enchentes. A partir de 2018, houve ainda a retirada de todos os produtos derivados do cânhamo do status de Schedule 1 na lista de produtos controlados de 1970 (Controlled Substances Act), inclusive o THC derivado de plantações que atendem a classificação como cânhamo, com menos de 0,3% de THC, conforme definido anteriormente.
Os agricultores europeus são mais experientes
Ao contrário dos agricultores estadunidenses, que têm poucos anos de experiência no cultivo de sementes de cânhamo selecionadas para se desenvolverem bem nos solos e climas de outros países, os agricultores europeus, por conta da não ilegalidade do cânhamo nesses locais, têm cultivado a planta há gerações. Alguns países da Europa, como a Holanda, Áustria, Alemanha e França, figuram entre os maiores produtores de cânhamo do mundo. Na Ásia, a China merece destaque.
E o Brasil?
Com o atual projeto da Anvisa de regulamentação não só de registro de medicamentos à base de Cannabis, mas também do plantio para fins comerciais e científicos, a expectativa de uma produção nacional é grande e cresce aos olhos de empresas do mundo inteiro, visto que nossa experiência agrária é extensa, e nosso país conta com muitas terras agricultáveis propícias para o plantio e com um clima favorável. No entanto, é preciso esperar que tudo esteja regulamentado e, de acordo com a própria agência reguladora, a previsão é de que até o fim do ano corrente este processo esteja finalizado.
Qualidade superior de nosso cânhamo
Nossas sementes não são geneticamente modificadas e foram escolhidas entre milhares de variedades de cânhamo pela adaptação aos microclimas onde nossa produção se encontra e pela proporção ideal de canabinoides para a produção da linha RSHO™.
Cultivamos nosso cânhamo de maneira orgânica e sustentável, sem herbicidas, pesticidas e fertilizantes químicos, garantindo a integridade e pureza de nossa linha RSHO™. Além disso, utilizamos um rígido processo de controle de qualidade registrado como Triple Lab Tested™, que analisa nosso óleo de CBD em três pontos diferentes de sua fabricação.
O futuro
O cânhamo tem ressurgido nos Estados Unidos nos últimos anos, com o número de hectares plantados aumentando a cada estação. A HempMeds® Brasil continua avaliando os fatores políticos, econômicos e logísticos envolvidos na decisão de produzir cânhamo na Europa. A legislação americana parece cada dia mais perto de regulamentar a produção doméstica para fins comerciais, e a legislação brasileira também aparenta estar se movimentando neste sentido, o que abre mais caminhos e oportunidades para que possamos oferecer um produto de qualidade a um custo reduzido para o paciente.