Conheça as principais patologias tratadas com Cannabis medicinal
Quase que diariamente, novas pesquisas científicas são realizadas para investigar os potenciais terapêuticos da Cannabis no tratamento de diferentes patologias. Recentemente divulgamos por aqui resultados promissores relacionados à memória, deficiência intelectual infantil, dor neuropática e artrite. Porém, existem certas doenças e condições com evidências muito mais conclusivas com relação aos efeitos benéficos dos canabinoides e outros compostos da planta. Conheças as principais patologias tratadas com Cannabis medicinal:
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que apresenta deterioração cognitiva e da memória de curto prazo, além de sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais. Diversos estudos, na maioria deles pré-clínicos, já investigaram sua relação com a Cannabis, com resultados relacionados ao papel dos canabinoides, principalmente CBD e THC, no tratamento da doença e de seus sintomas.
Os receptores do Sistema Endocanabinoide apresentam forte relação com esse tratamento: os receptores CB1 do sistema endocanabinoide têm demonstrado regular os neurotransmissores envolvidos em processos neurodegenerativos excitotóxicos, enquanto seus receptores CB2 têm demonstrado reduzir a inflamação associada ao mal de Alzheimer.
Os canabinoides podem oferecer uma ampla abordagem no tratamento do mal de Alzheimer. Além de alguns indícios pré-clínicos de que possa atuar na redução dos níveis de placas beta-amiloides, gerenciar a função micróglia e aumentar a absorção de glicose, também podem atuar na redução da neuroinflamação e auxiliar no processo de reparo do cérebro ao induzir a neurogênese (geração de novos neurônios).
Epilepsia
A epilepsia é um distúrbio no sistema nervoso central que pode ser relativamente benigno ou incapacitante, até mesmo fatal. Na epilepsia, a atividade neural se torna irregular, exacerbada, causando espasmos, convulsões, sensações estranhas e perda de consciência.
Diversos dos canabinoides presentes na Cannabis, como CBD, THC e CBDV mostraram efeitos anticonvulsivos promissores para o tratamento da epilepsia. O Sistema Endocanabinoide aparenta ter uma relação íntima com a excitabilidade neuronal pois seus ligantes endógenos – os endocanabinoides – podem atuar no que chamamos de sinalização retrógrada, fazendo com que haja a diminuição de neurotransmissores excitatórios como o glutamato.
Em um estudo por questionário, 84% dos pais relataram uma redução na frequência das crises de seus filhos ao tratá-los com Cannabis. Destes pacientes, 11% responderam que seus filhos chegaram a ponto de não mais apresentar convulsões, enquanto que 42% relataram uma redução superior a 80% na frequência das crises. Os pais relataram ainda outros efeitos benéficos, como um melhor estado de alerta, humor e sono.
Parkinson
A Doença de Parkinson é uma patologia degenerativa, crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central. Ela é causada pela diminuição na produção da substância química conhecida como “dopamina”, uma das responsáveis pela transmissão entre células nervosas.
Estudos recentes mostraram que o CBD reduziu, significativamente, a ansiedade e os tremores, sintomas comuns do Parkinson, que podem ser agravados pelo estresse. Segundo o estudo, essas observações sugerem que o CBD pode ser eficiente como um tratamento alternativo de alguns sintomas em pacientes com a Doença de Parkinson.
Outras pesquisas também apontam efeitos neuroprotetores, reguladores do sono, nos sintomas de psicose, entre outros.
Apesar de termos em mãos evidências científicas promissoras, muitas delas ainda estão em caráter experimental. A avaliação médica é vital para todas as patologias citadas. Cada caso é específico e possui características que demandam a análise individual para o entendimento da possibilidade de tratamento com Cannabis medicinal. Sempre consulte um médico para iniciar seu tratamento.
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